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Carga de trabalho no futebol: carga interna e carga externa

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Foto de Omar Ram na Unsplash

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Cargas de trabalho no futebol

A quantificação da carga de trabalho no futebol é um processo essencial para obtenção de resultados satisfatórios quando falamos da performance dos atletas. Nos últimos anos, diferentes ferramentas vêm sendo desenvolvidas pela comunidade cientifica e por profissionais ligados ao futebol para auxiliar neste processo. As ferramentas de quantificação são divididas em duas esferas: instrumentos de carga interna e de carga externa.

Portanto, discutiremos os conceitos atrelados a esses tipos de ferramentas, além das diferenças na interpretação dos dados no cotidiano dos fisiologistas, preparadores físicos e treinadores.

Cargas Externas no futebol

Primeiramente, o conceito de carga externa atrelado ao futebol significa a quanto de treinamento realizamos, tanto do ponto de vista de volume (quantidade) e de intensidade (qualidade). Usamos diferentes ferramentas para realizar esse processo.

A ferramenta mais utilizada para monitorar a carga externa é a minutagem de treinamento. Assim, conseguimos mensurar o volume total da sessão de treinamento realizada. Mas, utilizar apenas esse método traz algumas limitações, por exemplo: não fornecer informações relacionadas a intensidade do treinamento.

Algumas outras ferramentas foram desenvolvidas para auxiliar nesse processo de monitoramento, como é o caso do GPS e acelerômetros.

GPS’s e acelerômetros

Os GPS’s são ferramentas que, inicialmente, foram desenvolvidas para serem utilizadas no ambiente bélico. Posteriormente, foram adaptados para o nosso cotidiano e para o futebol. Em suma, os aparelhos de GPS possibilitam, através da comunicação entre os dispositivos portado pelo indivíduo, e os satélites localizados na órbita da terra, informações de geolocalização. Com isso, eles transferem essas informações para coordenadas cartesianas e podemos inferir o quanto um corpo se deslocou no espaço, isso possibilita quantificar as distâncias totais percorridas. Portanto na imagem abaixo podemos observar um dispositivo sendo instalado na vestimenta de um atleta.

No futebol, os dados fornecidos pelos aparelhos de GPS passaram a ser mais frequentes na década de 90, aperfeiçoados por diferentes empresas ao longo dos anos. Além dos GPS’s, inserimos outros dispositivos nos aparelhos portados pelos jogadores, como os acelerômetros, giroscópios e magnetômetros. Eles fornecem uma infinidade de variáveis (distâncias percorridas em diferentes velocidades, acelerações, desacelerações, impactos, saltos, custo energético, entre outras).

Essas microtecnologias proporcionaram caracterizar as demandas físicas do jogo de futebol, facilitando o trabalho dos profissionais. Assim, as ações realizadas (tanto volume quanto intensidade) chegam em tempo real para os profissionais, sendo possível intervir nas sessões de treinamento caso ocorra um excesso ou déficit da carga de trabalho no futebol. Além disso, é importante saber como os organismos dos atletas reagem às cargas de trabalho.

Cargas internas no futebol

Além disso, podemos definir a carga interna como a resposta do organismo aos estímulos realizados (carga externa) durante o treinamento. Ainda nesse sentido, para quantificação utilizamos uma infinidade de ferramentas (escala de percepção de esforço, questionários psicométricos, frequência cardíaca, marcadores bioquímicos e termografia). Segundo um estudo cientifico publicado em 2016, os autores indicaram que a principal variável utilizada para quantificar e monitorar a carga interna em clubes de futebol é a percepção de esforço (PSE). Portanto, nesse texto daremos uma ênfase para o PSE.

Percepção de Esforço (PSE)

A PSE é uma ferramenta de fácil aplicação, validada cientificamente e que fornece informações relevantes para os treinadores. A escala mais utilizada no âmbito do futebol é a CR-10 de Borg, a qual utilizamos o método de Foster para quantificar a carga de treino no futebol (training load). Dessa forma, podemos realizar o cálculo do produto entre o valor de PSE da sessão e o volume da sessão (minutos). Esse método baseia-se na ideia de que as respostas fisiológicas são acompanhadas de respostas perceptivas. Em outras palavras, se a PSE da sessão for 5 e a duração for 70 minutos, a carga de trabalho é de 350 unidades arbitrárias. Abaixo podemos observar uma tabela com a carga de treino durante a semana e, a seguir, a imagem da escala adaptada de Borg.

Fonte: Criado pelo autor.
Imagem criada pelo autor

Além da PSE, podemos utilizar outras ferramentas. Entretanto, algumas delas necessitam de aparelhos mais sofisticados, como é o caso da frequência cardíaca. Essa ferramenta necessita de frequencímetros e receptores. Desse modo, ao utilizar esses aparelhos é possível observar em qual faixa de intensidade os indivíduos estão trabalhando de forma individualizada. Outro aparelho que comumente vem sendo utilizado são as câmeras termográficas. Elas possibilitam observar áreas do corpo que estão sob maior nível de estresse.

Por fim, no cotidiano dos preparadores físicos e fisiologistas o ideal é a utilização de parâmetros referentes à carga interna e externa. Assim, as informações são complementares e isso auxilia a tomada de decisão dos profissionais.

Fontes e Referências

https://journals.humankinetics.com/view/journals/ijspp/11/5/article-p587.xml

Contato do autor:
E-mail: diegoaugustoufs@gmail.com
Instagram: @augustsdiego

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Veja um episódio do Podcast sobre o assunto:

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