Um estudo de longo prazo conduzido pelo grupo de pesquisa Football Research Group da Universidade de Linköping, na Suécia, liderado pelo Dr. Markus Waldén, investigou as causas, diagnósticos e tratamentos da dor no tendão de Aquiles em jogadores de futebol profissional masculino. O trabalho, publicado no renomado Journal of Sports Medicine, analisou dados de cinco temporadas (2013/14 a 2017/18) da UEFA Elite Club Injury Study (ECIS).
Objetivos da investigação
Lesões musculares e tendíneas são comuns no futebol profissional masculino. Embora rupturas no tendão de Aquiles sejam bem estudadas, faltava compreensão sobre a dor gradual e crônica nessa região, que afeta significativamente o desempenho e a carreira dos atletas.
O objetivo do estudo foi preencher essa lacuna, descrevendo a localização da dor, os métodos de exame, os diagnósticos e os tratamentos utilizados em casos de dor no tendão de Aquiles com início gradual.
Como o estudo foi realizado
O estudo acompanhou 47 equipes de futebol de elite de 19 países europeus, totalizando mais de 2000 jogadores. Foram registrados todos os casos de lesões no tendão de Aquiles que causaram afastamento dos jogadores dos treinos e jogos (lesões que resultaram em tempo perdido).
Para cada caso, informações detalhadas sobre a localização da dor (inserção ou porção média do tendão), procedimentos de exame (ultrassonografia, ressonância magnética, exame clínico), diagnósticos e tratamentos aplicados foram coletadas. Rupturas agudas do tendão foram excluídas da análise.
Principais resultados
A tendinopatia foi o principal diagnóstico em 77% dos casos, tanto na porção média quanto na inserção do tendão. A dor na porção média do tendão foi mais frequente (71% dos casos) do que na inserção (29%). A maioria das lesões (65%) foi investigada com ultrassonografia, e cerca de um terço (37%) com ressonância magnética.
Apesar da utilização de imagem para a maioria dos casos, em 23% dos casos, o diagnóstico se baseou apenas em exame clínico. Vale ressaltar que casos de dor mais leves (curta duração) foram frequentemente diagnosticados clinicamente.
Tratamentos e soluções
A grande maioria dos jogadores (92%) foi tratada com métodos não-cirúrgicos. O treinamento excêntrico (exercícios específicos que alongam o tendão) e a crioterapia (terapia com gelo) foram os tratamentos mais frequentes, usados em 72% dos casos cada um. Apenas 8% das lesões necessitaram de cirurgia.
Conclusões Práticas
Este estudo fornece informações valiosas para o tratamento da dor no tendão de Aquiles em jogadores de futebol profissional. A tendinopatia é a principal causa de dor nessa região, sendo a dor na porção média do tendão mais comum.
A utilização de imagem (ultrassonografia e/ou ressonância magnética) é importante, especialmente em casos mais complexos. A maioria das lesões pode ser tratada com sucesso sem cirurgia, sendo o treinamento excêntrico e a crioterapia os pilares do tratamento conservador.
Profissionais de saúde envolvidos com o futebol devem estar atentos a essas conclusões para otimizar o tratamento e minimizar o tempo de recuperação dos atletas.
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