Um novo estudo científico liderado pelo pesquisador Ju Li do Colégio de Educação Física e Esportes da Universidade de Pequim, China, empregou uma abordagem inovadora para investigar os efeitos do treinamento de futebol na estrutura cerebral dos jogadores. Utilizando tanto a análise de VBM (Voxel-Based Morphometry) quanto a SBM (Surface-Based Morphometry), os pesquisadores identificaram mudanças significativas em regiões-chave do cérebro.
O estudo com o título com o título: “Progressive increase of brain gray matter volume in individuals with regular soccer training” foi publicado na revista Scientific Reports da conceituada revista Nature, e contou com a participação de um total de 77 indivíduos, sendo 36 no grupo de futebol e 41 no grupo de controle. Os participantes do grupo de futebol eram estudantes universitários que praticavam futebol profissionalmente, treinando pelo menos três vezes por semana durante 2 horas e meia cada sessão, por um período variando de 1 a 15 anos. O grupo de controle consistia em estudantes universitários da mesma idade que nunca praticaram futebol. Todos os participantes eram saudáveis, destros, com visão normal, sem histórico de doenças mentais e aptos para exames de ressonância magnética (MRI).
O que o estudo apontou?
Os resultados apontaram para aumentos significativos de massa cinzenta cerebral com destaque para maior volume do cerebelo, tálamo e córtex calcarino. Esta pesquisa marca a primeira vez que ambas as abordagens são empregadas para investigar as mudanças morfológicas no cérebro devido ao treinamento de futebol.
Os resultados também indicaram que as mudanças mais significativas ocorreram no cerebelo, uma região crucial para funções motoras, equilíbrio e aprendizado motor. Estudos anteriores já haviam demonstrado que atletas especialistas em diversos esportes apresentam volume de matéria cinzenta cerebelar significativamente maior em comparação com não atletas.
Além disso, o estudo revelou aumentos no volume de matéria cinzenta no tálamo e na região calcarina. O tálamo desempenha um papel crucial na integração de informações e na transmissão de sinais para áreas motoras do cérebro, enquanto a região calcarina é fundamental para o processamento visual espacial.
Em resumo, esta pesquisa proporciona uma visão aprofundada dos efeitos do treinamento de futebol na estrutura cerebral, destacando a importância de abordagens integrativas para entender as complexas adaptações do cérebro humano.
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