O futebol surgiu na metade do século XIX e não demorou muito para se profissionalizar por parte dos homens; enquanto o futebol feminino, começou a ser profissionalizado praticamente 100 anos depois da invenção do esporte.
Para entender mais, explicaremos sobre a origem da modalidade e algumas conquistas das mulheres.
Origens do Futebol Feminino
É datado que o futebol feminino teve seu início no final do século XIX no Reino Unido, com a criação do Ladies Football Club, o primeiro time de futebol feminino fundado pela ativista dos direitos das mulheres, Nettie Honeyball. Além disso, há registros de que a primeira partida oficial entre mulheres foi disputada no dia 23 de março de 1885, em Crouch End, na Inglaterra.
No Brasil, a prática do futebol feminino só começou a ganhar algum destaque por volta dos anos 1920, mas ainda de forma muito tímida. Inacreditavelmente, em alguns casos, o futebol feminino, naquela época, era tratado mais como uma atração de circo do que como um esporte sério.
Fatos como esses e outros no decorrer de toda a história, nos mostra que as mulheres sempre enfrentaram muitos desafios para praticar o futebol, apesar de até mesmo proibições tiveram que enfrentar.
Proibição e Desafios
No ano de 1941 o futebol praticado por mulheres foi oficialmente proibido em solo brasileiro pelo então presidente Getúlio Vargas. Além do futebol, qualquer esporte que não fosse dado de “natureza feminina” também foi proibido. Devido à sociedade extremamente machista da época, a prática esportiva por mulheres não era muito bem vista. Apesar de a proibição não ser exclusivamente para o futebol, esse esporte acabou sendo o mais afetado.
Além da proibição legal, as mulheres também enfrentavam preconceitos e discriminação diariamente. Elas eram frequentemente insultadas e assediadas por homens que acreditavam que elas não tinham lugar no futebol.
Superação e Conquistas
Assim, o futebol feminino precisava de espaço, e foi em 1991 que finalmente as mulheres conseguiram um pouco. No mesmo ano, aconteceu a primeira Copa do Mundo Feminina, sediada na China e com a participação de 12 equipes. Os Estados Unidos se sagraram campeãs enquanto o Brasil terminou na nona colocação.
A partir dali, começava uma história de evolução da seleção brasileira, que já em 1991 foi campeã da Copa América de forma invicta. Esse feito, incentivou a prática maior de mulheres no Futebol, mesmo ainda incipientemente.
Portanto, até então, o futebol feminino continuou a evoluir e conquistar novos horizontes desde a criação da Copa do Mundo feminina. As jogadoras têm demonstrado talento excepcional e dedicação, tornando-se verdadeiras embaixadoras do esporte.
Futebol Feminino atualmente
Nos últimos 30 anos, o futebol feminino vem ganhando cada vez mais espaço no esporte mundial. No momento da escrita desse texto, em 2023, tivemos a Copa do Mundo sediada na Austrália e Nova Zelândia, e foi um mundial de recordes de audiência e público nos estádios. Além disso, já existem competições como o Brasileirão, a Libertadores e campeonatos de base femininos, eventos relativamente recentes no futebol nacional. Talvez tenha sido o ano em que ápice do Futebol Feminino teve sua visibilidade e respeito como merece.
Isso tudo sem levar em consideração as várias craques que se tem ao redor do mundo, passando por praticamente todos os continentes. Mesmo com um investimento inferior, muitas jogadoras mostram um talento excepcional em todo o mundo. Além da Rainha Marta, destaca-se atualmente a australiana Sam Kerr, juntamente com outras craques como Alex Morgan, Alexia Putellas e Jenni Hermoso.
Perspectivas para o Futebol Feminino
Aos poucos, o futebol feminino vai conquistando seu espaço e tendo a atenção que tanto merece. O número crescente de competições, a expansão das ligas profissionais e o aumento do apoio institucional demonstram que o futebol feminino não é apenas uma parte significativa, mas uma força crescente no cenário esportivo global.
Com certeza, ainda falta muito para conquistar. Desde a igualdade de direitos, maior acesso a clubes femininos na base, maior poder financeiro e públicos maiores nos estádios. Mas, o cenário é positivo. E a perspectiva é que nos próximos anos o futebol feminino esteja em um patamar ainda melhor.
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