Um estudo recente publicado na revista científica Biology of Sport, investigou a relação entre diferentes tipos de sessões de treinamento e a qualidade do sono em jogadoras de futebol profissional. A pesquisa foi conduzida por Eider Barba e David Casamichana, do Departamento de Performance Esportiva da Real Sociedad, e Julen Castellano, do Grupo de Pesquisa GIKAFIT da Universidade do País Basco.
Qual o objetivo do estudo?
O estudo teve como objetivo principal comparar os padrões de carga de treinamento em microciclos e os padrões de sono em dias anteriores a jogos, utilizando medições objetivas do sono e da carga de treinamento externa.
A compreensão dessa relação é crucial, pois a privação ou restrição do sono afeta negativamente a saúde, o sistema imunológico, o sistema endócrino, o risco de lesões e as funções físicas e cognitivas dos atletas, comprometendo o desempenho e a recuperação.
E com o avanço da tecnologia de monitoramento do sono, tornou-se possível analisar essa relação com maior precisão do que com os tradicionais questionários.
Como o estudo foi realizado?
O estudo envolveu 20 jogadoras profissionais de futebol feminino com média de idade de 23,3 anos. Utilizando um sleep tracker (anel ŌURA) e dispositivos GPS, os pesquisadores monitoraram os padrões de sono e a carga de treinamento externa das atletas ao longo de dez microciclos competitivos, considerando quatro tipos de sessões de treinamento (MD-4, MD-3, MD-2 e MD-1, representando os quatro dias antes do jogo).
As variáveis de sono analisadas incluíram tempo total de sono, tempo acordado, sono REM, sono profundo, sono leve, percentual de tempo de sono em movimento e latência do início do sono. As variáveis de carga de treinamento externa incluíram distância total percorrida e distâncias em diferentes velocidades, acelerações e desacelerações.
Principais conclusões e aplicações práticas
O estudo revelou que a carga de treinamento externa impactou significativamente o sono das jogadoras. Sessões de treinamento de alta intensidade (principalmente MD-3, três dias antes da partida) reduziram o tempo total de sono e o sono REM.
Por outro lado, sessões com menor carga de treinamento (MD-2, dois dias antes da partida) promoveram a recuperação e melhoraram a qualidade do sono pós-sessão.
A noite anterior ao jogo (MD-1) mostrou tempo total de sono e sono profundo menores em comparação com o pré-sessão, embora o sono REM não tenha sido afetado.
Em resumo, o estudo demonstra que o monitoramento do sono durante as fases de aquisição e carga de treinamento em microciclos é essencial para avaliar as alterações no sono.
As conclusões sugerem a implementação de estratégias para melhorar o sono nas fases de alta carga de treinamento e na noite anterior às competições. A pesquisa ressalta a importância de equilibrar a carga de trabalho com o descanso adequado para otimizar o desempenho e a recuperação das atletas.
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