Quais são os principais sistemas táticos ofensivos do Futsal?

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Foto de Jeffrey F Lin na Unsplash

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O jogo de Futsal é composto por ações e interações que se fazem presentes nas fases defensiva e ofensiva. Nesse sentido, a existência de ações e interações conduz à organização da equipe. Desse modo, surge o conceito de sistemas táticos no futsal ou sistema de jogo, em que segundo Rui Rodrigues:

“Define-se como a distribuição de jogadores na quadra de jogo, com vista a potenciar situações ofensivas para a obtenção de gol e, ao mesmo tempo, anular as manobras ofensivas das equipes adversárias”.

Logo, sistema tático é sinônimo do sistema de jogo da equipe. Ao mesmo tempo, durante uma partida de futsal as equipes podem apresentar diversas variações nos sistemas já estabelecidos para alcançar seus objetivos.

Em síntese, os sistemas táticos no futsal surgem com o objetivo de facilitar a interação entre os componentes para resolver os problemas que uma partida oferece. Dessa forma, o treinador deve preestabelecer regras, para que haja coordenação das ações dos atletas.

Desenhos dos Sistemas Táticos no Futsal

Antes de tudo, para garantir um sistema tático ofensivo eficiente, é necessário definir o desenho ofensivo que melhor se adequa à equipe. Logo, podemos destacar os seguintes desenhos ofensivos do Futsal:

  • 2 x 2 (dois-dois);
  • 3 x 1(três-um);
  • 4 x 0 (quatro-zero);
  • 2 x 1 x 1 (dois-um-um).

Desenho ofensivo 2 x 2

Fonte: criado pelo autor por TacticalPad

É o desenho ofensivo mais conhecido no Futsal. Primeiramente, caracteriza-se pela ocupação de dois atletas na meia quadra defensiva e os outros dois na quadra de ataque. Muitos movimentos, padrões de jogo e manobras ensaiadas se desenvolveram a partir do 2 x 2.

Nesse sentido, utiliza-se este desenho com muita frequência em categorias de formação e base, por ser de fácil compreensão pedagógica. Assim, os treinadores usam este sistema tático como método de adaptação às funções táticas e introdução de movimentos adaptados a cada faixa etária.

Desenho ofensivo 3 x 1

Fonte: criado pelo autor por TacticalPad

É um dos desenhos ofensivos mais utilizados no alto rendimento, pois possibilita diversas rotações e trocas de posicionamento (simples ou mais elaboradas) entre os jogadores. Além disso, o pivô tem extrema importância dentro do desenho, devido às movimentações exigirem um esforço específico do atleta que ocupa a posição.

Dessa forma, o pivô, geralmente, deve ter apurado poder de finalização. E ao mesmo tempo, deve saber auxiliar e jogar conforme as movimentações pré-determinadas, além de possuir criatividade nas tomadas de decisão.

Desenho ofensivo 4 x 0

Fonte: criado pelo autor por TacticalPad

É o desenho ofensivo mais moderno do futsal. A princípio, sua principal característica é que todos os jogadores assumam os papéis nos diferentes setores da quadra, o que exige atletas versáteis e inteligentes taticamente.

Além disso, o desenho do sistema tática 4 x 0 pode representar a quebra do desenho 3 x 1, dentro de um sistema específico, quando o pivô abre mão de seu posicionamento habitual para juntar-se aos demais companheiros na organização do jogo. Dessa forma, o desenho 4 x 0 é muito utilizado pelas equipes de alto rendimento por possibilitar manobras que envolvam a defesa adversária. Isto poderá dar prioridade aos espaços vazios nas costas da marcação.

Desenho ofensivo 2 x 1 x 1

Fonte: criado pelo autor por TacticalPad

Definitivamente, é uma das configurações mais ousadas e que permitiram inúmeras mudanças de conceitos do sistema ofensivo. De antemão, o que caracteriza o sistema em “L” é a versatilidade e a grande aplicabilidade nas ações de jogo.

Nesse sentido, é bastante utilizado como variação tática dentro dos sistemas táticos, sobretudo em situações de jogo especial, como na utilização de Gol Linha ou em momentos de bola de parada.

Não existe “o melhor desenho ofensivo”

Em conclusão, é necessário ressaltar que, no Futsal, é difícil falar em um desenho ofensivo ideal, pois a troca de posições é constante, devido a elevada taxa de movimentação numa disputa. Portanto, devido ao ambiente competitivo extremamente variável, não devemos fazer juízo de valor acerca dos desenhos ofensivos. Ou seja, não existe o “melhor desenho no sistema tático ofensivo”. Logo, não podemos entender os desenhos de maneira estanque, mas sim em constante mudança.

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João Bonfatti

João Bonfatti atualmente trabalha como Coordenador do setor de Análise de Desempenho no América-MG. Antes disso, teve passagens pelo Vasco da Gama, onde atuou em diferentes categorias: foi auxiliar técnico do Sub-20, treinador interino do Sub-17 e auxiliar técnico do Sub-17.

Atuou também pelo Atlético-MG, onde desempenhou o papel de auxiliar técnico do Sub-15. No Corinthians, auxiliar técnico do Sub-14, além de exercer a função de supervisor metodológico.

Sua formação inclui o Bacharelado em Futebol pela Universidade Federal de Viçosa e a Licença B da CBF Academy, o que reforça sua base teórica e prática no desenvolvimento de atletas.

Felipe Bonholi

Felipe Bonholi integra a equipe do Palmeiras como Analista de Desempenho no Centro de Formação de Atletas (CFA), contribuindo para o desenvolvimento e acompanhamento de jovens talentos.

Antes disso, acumulou cinco anos de experiência na Ferroviária, onde atuou como Analista de Desempenho da equipe profissional, e no São Carlos Futebol Clube na mesma função.

Sua formação acadêmica inclui Bacharelado em Administração de Empresas pela UNIARA (2014–2017) e graduação em andamento em Educação Física pela mesma instituição, iniciada em 2019.

Com sólida base teórica e ampla experiência prática, Felipe Bonholi se destaca por sua capacidade de integrar análise técnica, gestão e visão estratégica no contexto esportivo, contribuindo para o desempenho e evolução de atletas e equipes.

Mylena Baransk

Mylena Baransk é doutora em Educação Física pela Universidade Federal do Paraná e mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, onde também concluiu sua graduação em Educação Física – Bacharelado. Especialista em futsal com foco em análise de desempenho, atuou como docente em cursos do ensino superior e analista de desempenho no futebol.

Atualmente, exerce a função de analista de desempenho no Clube Atlético Mineiro, onde trabalha desde agosto de 2024. Antes disso, desempenhou a mesma função na Associação Ferroviária de Esportes entre março e agosto de 2024, atuando em Araraquara, São Paulo.

Além da atuação em clubes, possui experiência acadêmica como docente, tendo lecionado na UniCesumar entre julho e outubro de 2023, em Curitiba, Paraná. Também foi professora na UNIFATEB, onde atuou por quase três anos, de fevereiro de 2021 a outubro de 2023, em Telêmaco Borba, Paraná.

Com forte presença na área de análise de desempenho no futebol, também é CEO da Statisticsfut, onde se dedica ao desenvolvimento de conteúdos e estratégias voltadas à análise estatística e desempenho esportivo.

Nathália Arnosti

Nathália Arnosti é uma profissional de destaque na área de Fisiologia do Esporte e Preparação Física, com sólida formação acadêmica e ampla experiência no futebol brasileiro.

Bacharel e mestre em Educação Física pela Universidade Metodista de Piracicaba e doutora pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ela construiu uma carreira marcada pela integração entre ciência e prática esportiva.

No cenário dos clubes, já contribuiu com equipes como Athletico Paranaense, Red Bull Bragantino, Palmeiras, Audax, Ferroviária e Ponte Preta. Em janeiro de 2024, assumiu o cargo de fisiologista do Cruzeiro, reforçando seu papel como referência no acompanhamento e otimização do desempenho esportivo.

Rodrigo Aquino

Rodrigo Aquino é professor na Universidade Federal do Espírito Santo, onde atua no Departamento de Desportos e como docente do Programa de Pós-Graduação em Educação Física (Mestrado e Doutorado).

É líder do Grupo de Estudos Pesquisa em Ciências no Futebol (GECIF/UFES) e coordenador do Programa Academia e Futebol (Núcleo UFES), financiado pelo Ministério do Esporte. Seu trabalho envolve a coordenação de projetos técnico-científicos em parceria com categorias de base e equipes profissionais de futebol no Brasil.

Rodrigo é graduado em Educação Física e Esporte pela USP, com especialização em Ciências do Desporto pela Universidade do Porto. Concluiu o mestrado e doutorado em Ciências também pela USP. Acumula experiência prática no futebol desde 2015 como fisiologista e preparador físico em clubes profissionais, além de atuar como treinador e coordenador técnico em categorias de base. Reconhecido academicamente, está entre os 10 cientistas do esporte mais produtivos da América Latina em publicações científicas relacionadas ao futebol.

Neto Pereira

Neto Pereira é um profissional de preparação física e performance esportiva com experiência em clubes do Brasil e do exterior. Atualmente é Preparador Físico no sub-20 do Vasco da Gama.

Trabalhou como Head Performance and Fitness Coach no FC Semey do Cazaquistão (2024). Foi Preparador Físico no Confiança (2023-2024) e Head of Performance and Health no Avaí (2022-2023). Também exerceu o cargo de Coordenador de Performance no Confiança (2022) e trabalhou como Fisiologista no CRB (2021-2022) e no próprio Confiança (2019-2021).

Possui Mestrado em Saúde e Educação Física pela Universidade Federal de Sergipe e Especialização em Desempenho Humano pela Universidade Tiradentes (Unit). Suas principais competências incluem preparação física, análise de desempenho, força, potência e velocidade no esporte.

Rafael Grazioli

Rafael Grazioli, natural de Canoas (RS), é formado em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde também concluiu mestrado e doutorado em Ciências do Movimento Humano.

Com nove anos de experiência atuando como coordenador científico e fisiologista no futebol profissional, ele passou as últimas três temporadas no Guarani de Campinas (SP) antes de ser anunciado pelo Criciúma em janeiro de 2025.