O modelo de gestão utilizado pela maioria dos clubes sempre foi o associativo, onde muitos funcionários não possuem cargos remunerados. Além disso, pessoas de confiança do presidente e de conselheiros costumam ocupar esses cargos importantes, e muitas vezes nenhum deles possuem formação na área. Mas e como funciona o modelo de clube-empresa?
Por outro lado, dentre várias particularidades, no modelo clube-empresa prevê-se a ocupação e remuneração dos cargos por profissionais da área, além da possibilidade de renegociação de dívidas dos clubes. Além disso, no modelo clube-empresa os dirigentes sofrem penalidades em caso de irregularidades, o que não acontece no modelo associativo. E ainda, a gestão dos clubes pode assumir caráter de sociedade anônima ou limitada, com apenas um sócio ou com vários sócios investidores, e ainda pode conter ações na bolsa de valores.
Em novembro de 2019, a Câmara dos Deputados aprovou Projeto de Lei 5082/1, que incentiva a criação de clube-empresa. O projeto seguiu para o Senado Federal, entretanto a pandemia do Covid-19 atrasou o processo que deve retomar para votação ainda este ano. É importante ressaltar que caso haja a aprovação do projeto, os clubes não terão obrigatoriedade em adotar o novo modelo. Cada clube poderá optar pelo modelo que preferir e poderá mudar para o modelo de clube-empresa caso ache necessário.
Clube-empresa na Europa
Segundo estudos europeus, 96% de 202 clubes da primeira e segunda divisão das ligas europeias são clube-empresa. Alguns clubes europeus possuem um único dono, como são os casos do Bayer Leverkusen, RB Leipezig, Wolfsburg e Arsenal. Já outros clubes possuem mais de um sócio, como o Bayer de Munique, a Inter de Milão, o Manchester City entre outros.
Mas vale destacar que o modelo clube-empresa não necessariamente significa um sucesso do clube a mil maravilhas. Há décadas atrás a Fiorentina, da Itália, viu seu modelo ir à falência. O clube precisou se reerguer a partir da quarta divisão italiana, devido a uma gestão desastrosa que prejudicou o clube.
Por fim, é preciso entender que independente do modelo, o mais importante é que a gestão do clube seja a mais profissional possível. É por isso que Barcelona e Real Madrid são grandes exemplos de que modelos associativos podem ter boas gestões se forem profissionais.
Contato da autora – Instagram: @borges_aline08
Confira um episódio do Podcast Ciência da Bola que fala sobre o assunto: