Um novo estudo publicado no periódico científico BMC Sports Science, Medicine and Rehabilitation revelou diferenças significativas na recuperação de jogadoras e jogadores de futebol após a reconstrução do ligamento cruzado anterior (LCA). A pesquisa realizada na Suécia, conduzida por Fältström e colaboradores, comparou resultados relatados pelos próprios pacientes em homens e mulheres após a cirurgia primária de LCA.
A pesquisa analisou dados de 65 homens e 198 mulheres com idade entre 16 e 25 anos que sofreram lesão no LCA jogando futebol e passaram por uma reconstrução cirúrgica primária entre 1 e 3 anos antes do estudo. Os participantes responderam questionários que avaliaram a função do joelho, a satisfação com o nível de atividade e a função do joelho, e a prontidão para retornar ao esporte.
Principais resultados
Os resultados mostraram que, embora um número semelhante de homens e mulheres estivessem jogando futebol no momento da pesquisa, os homens apresentaram resultados significativamente melhores em vários aspectos:
- Retorno ao futebol: Uma porcentagem maior de homens (77%) havia retornado ao futebol em algum momento após a cirurgia, comparado às mulheres (59%).
- Satisfação: Os homens demonstraram maior satisfação com a função do joelho e com seu nível de atividade.
- Resultados em questionários: Os homens obtiveram pontuações mais altas em todos os questionários utilizados, incluindo o IKDC-SKF (que avalia a função do joelho), o KOOS (que avalia sintomas, dor, atividade esportiva e qualidade de vida) e o ACL-QoL e ACL-RSI (que avaliam a qualidade de vida e a prontidão para retornar ao esporte, respectivamente).
Embora os homens tenham apresentado mais lesões meniscais laterais e de cartilagem que exigiram cirurgia durante a reconstrução do LCA, isso não parece ter influenciado significativamente os resultados positivos relatados por eles.
Implicações e questões ainda em aberto
O estudo destacou diferenças importantes na recuperação após a cirurgia de LCA entre homens e mulheres no futebol. Embora os resultados indiquem melhores resultados relatados pelos homens, a relevância clínica dessas diferenças ainda não está totalmente esclarecida. Os pesquisadores sugerem que fatores socioambientais e culturais relacionados ao gênero podem desempenhar um papel na recuperação, justificando estudos futuros para investigar essas nuances.
A baixa taxa de resposta, especialmente entre os homens, é uma limitação do estudo, o que pode afetar a generalização dos resultados. Apesar disso, a pesquisa contribui para uma melhor compreensão da influência do sexo nos resultados da reconstrução do LCA em jogadores de futebol, ressaltando a necessidade de estratégias de reabilitação personalizadas para otimizar a recuperação em ambos os sexos.
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