A presença da psicologia no futebol tem se tornado cada vez mais crucial, tanto na base quanto no profissional. Para entender como essa área atua na prática, o Ciência da Bola recebeu Maria Fernanda Manhães, psicóloga do esporte do Figueirense, em uma live especial.
Maria Fernanda é psicóloga graduada desde 2015 pela Universidade Federal de Santa Catarina e iniciou sua trajetória no clube catarinense em abril do ano passado e trouxe de forma detalhada como a psicologia se insere no contexto do esporte nos dias atuais.
Adaptando a psicologia à realidade do futebol
A psicóloga explicou que a estruturação do trabalho do psicólogo no futebol exige uma análise minuciosa do contexto do clube, incluindo carga horária das equipes, realidade financeira, categorias de base, cultura do clube e condições de treinamento.
“Cada clube tem sua realidade. As rotinas variam muito, seja em relação à quantidade de treinos, à participação em campeonatos ou mesmo às condições de alojamento dos atletas. É fundamental que o psicólogo se adapte a essa realidade para que sua atuação seja eficaz”, destaca Fernanda.
Trabalhando com diferentes grupos
Fernanda detalhou as diversas áreas de atuação da psicologia no clube, incluindo:
- Trabalho com atletas: Treinamento de liderança, coesão do grupo, comunicação, autoconfiança, autoeficácia, motivação, técnicas de relaxamento para lidar com a ansiedade e gestão de conflitos.
- Trabalho com comissões: Conscientização sobre saúde mental, desenvolvimento de habilidades sociais e psicológicas, treinamento de liderança e comunicação, além de orientação e auxílio no manejo de situações de risco.
- Trabalho individual: Suporte emocional, avaliação de ansiedade, autoeficácia, estrutura familiar e rede de apoio.
- Trabalho em reabilitação: Acompanhamento psicológico durante a recuperação de lesões, incluindo o “return to play”, que visa avaliar o nível de confiança do atleta para retornar às atividades.
A importância do trabalho multidisciplinar
Fernanda enfatizou a importância do trabalho multidisciplinar no futebol, ressaltando que a psicologia não pode se isolar.
“É preciso trabalhar em conjunto com técnicos, preparadores físicos, médicos e assistentes sociais para que a atuação do psicólogo tenha um impacto maior e mais eficiente nos atletas”, afirma.
Desafios e oportunidades para quem quer entrar na área
A psicóloga do Figueirense também abordou os desafios e as oportunidades para quem deseja seguir carreira na área da psicologia do esporte tanto para estudantes da área quanto para aqueles que já passaram pela graduação. Para os estudantes por exemplo Fernanda destacou a importância da abertura das universidades para o estágio em clubes, bem como a necessidade de busca por oportunidades em outros esportes, caso o futebol não seja uma opção na região. Para aqueles profissionais já formados, recomenda-se também a busca por especializações na área, além de criar conexões com clubes e profissionais que atuam no esporte.
Ao longo da live, Fernanda falou também sobre outras diversas atuações da psicologia no esporte, incluindo como administrar o tempo em uma rotina intensa de treinos, como motivar atletas à distância, como lidar com a ansiedade pré-competitiva e a importância da avaliação neuropsicológica.
Em sua participação no Ciência da Bola, Maria Fernanda expôs a importância da atenção ao lado psicológico dos atletas e de como essa área vem sendo cada vez mais falada
Confira a conversa completa neste link: